sábado, 20 de fevereiro de 2010

Fogo


A noite escura se sobressai no brilho intenso da luz, que ao centro das estrelas comanda a festa que se inicia no solstício de verão.

Ao longe labaredas grandes e intensas voam no ar, e numa floresta cálida e silenciosa só o crepitar das chamas é perceptível.

Hoje, onde os gamos corriam nem seus rastros existem, a ignorância e o orgulho humano os mandaram embora de onde outrora fora seu reinado. Agora que não mais existiam, a fogueira queimaria tudo, pois a terra morreria sem as investidas longas, fortes e persistentes dos reis da floresta.


Ao longe no mosteiro, monges entoam o Ângelus, indiferentes a toda inquietação, do outro lado da floresta, perto do carvalho...
Do outro lado da ilha, ninfas de longos cabelos negros e vestidas de branco dançam ao som da terra. Que vibra ao toque de seus pés. Há séculos fazem esse ritual, os pés marrons da terra que antes fora doada por seus ancestrais. A terra que agora vibra e estranha e intensamente sob meus pés.


É estranho como olhando o céu agora nos transportamos para uma época distante...

...Gamos pastam sobre o verde intenso da planície, as sacerdotisas se preparam para saldar a mãe terra no solstício de verão....

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